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Polícia Civil divulga detalhes sobre a perseguição e prisão de campo-bonense líder de facção
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Nesta segunda-feira no auditório do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Porto Alegre, foi realizada uma coletiva de imprensa, onde foram passadas as informações sobre a recaptura de um foragido de alta importância em outro Estado da Federação.
Trata-se do líder da maior organização criminosa do sul do Brasil, de alta periculosidade e que estava cumprindo prisão domiciliar em um condomínio de luxo em Capão da Canoa. Em 2020 ele foi transferido para uma penitenciária federal fora do Rio Grande do Sul, retornando um ano depois. Após ter sido transferido para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), foi concedida a ele a prisão domiciliar por razões humanitárias, já que necessitava de uma cirurgia. Após fugir da prisão domiciliar, ele foi preso na cidade de São Paulo, em um restaurante de alto padrão em bairro nobre na zona oeste da cidade.
No dia 27 de julho de 2023, por volta das 17h, após recurso interposto pelo Ministério Público, foi revogado o benefício da prisão domiciliar humanitária. O apenado estava em um condomínio de alto padrão em Capão da Canoa, e assim que soube da revogação fugiu para a BR-101, em direção a Santa Catarina, em um automóvel de luxo. O deslocamento se deu logo após o seu conhecimento da revogação do benefício, em poucos minutos.
Desde então, iniciaram-se as ações de busca e captura pelo apenado, que fugiu acompanhado de sua companheira. As equipes efetuaram o seu acompanhamento e verificaram que na manhã de sexta-feira, dia 28 de julho de 2023, ele se instalou em um bairro nobre da cidade de São Paulo.
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As informações investigativas vão no sentido de que o apenado foi recebido por membros de uma organização criminosa de São Paulo, com atuação internacional, e por parte deles recebeu todo o apoio logístico para sua estadia, incluindo carros e apartamentos.
Conforme o delegado, o planejamento do apenado era de sair do país em alguns dias, estabelecendo-se como destino provável o Peru, para de lá coordenar toda a remessa de crack e cocaína ao Brasil. Adotando todos os cuidados para não ser localizado, o apenado transitou por diversos imóveis de luxo com veículos de alto padrão.
Com a utilização de modernas ferramentas tecnológicas, informações de ordem investigativa e, principalmente, com a ação em conjunto com a Delegacia de Capturas do Deic e do Denarc de São Paulo, na tarde de domingo, dia 30 de julho de 2020, identificou um provável local em que ele estaria. Tratava-se de um restaurante de alto padrão na região nobre de São Paulo. Após monitoramento, o suspeito foi avistado almoçando. Neste momento foi feita sua abordagem e captura.
Adotando diversos procedimentos de cautela na condução do preso, principalmente pelo risco de resgate, após 4 dias de trabalho ininterrupto dos policiais, o preso foi reconduzido ao Estado do Rio Grande do Sul e posto, novamente, à disposição da justiça para responder criminalmente pelas suas condenações atuais e que estão para serem concretizadas.
A ação, que ocorreu de forma conjunta entre Deic e Denarc, teve o apoio da Polícia Civil de São Paulo, da Brigada Militar, da Polícia Rodoviária Federal e da Coordenadoria de Recursos Especiais.
Quem é o preso:
Marizan de Freitas, de 35 anos, ocupa uma das posições de liderança da organização criminosa com sede no Vale dos Sinos que distribui drogas e armas para todo o estado do Rio Grande do Sul. O apenado possui diversos antecedentes e processos criminais, por crimes como liderar organização criminosa, tráfico de droga, porte de arma de fogo de calibre restrito, lavagem de dinheiro e homicídio.
Na última década ele esteve preso, transitando em penitenciárias de alta segurança pelo alto nível de periculosidade e risco de resgate. Recentemente, o preso regressou do sistema penitenciário federal, ingressando na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas no mês de maio deste ano.
Destaca-se que, além de todas as condenações existem diversos outros processos contra o preso, sendo um deles por homicídio, com data para julgamento no tribunal do júri ainda esse ano. Ressalta-se, também, que toda a região do narcotráfico comandada por ele, do Vale dos Sinos até a Serra gaúcha, passou recentemente por crimes de extorsão contra comerciantes que não pagavam quantias solicitadas por traficantes.