A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quinta-feira a Operação Fim do Jogo. O objetivo é desarticular uma quadrilha especializada na exploração de jogos de azar. Ao todo a investigação aconteceu por praticamente um ano e culminou nesta manhã com o cumprimento de 143 (cento e quarenta e três) ordens judiciais no combate a crimes de ocultação e integração de bens e valores praticados por grupo criminoso que atua na região metropolitana de Porto Alegre. Foram cumpridas as ordens judiciais referentes a operação em 8 cidades da região metropolitana se Porto Alegre. Há relatos de cumprimento de um mandado em Campo Bom, mas a confirmação acontecerá em entrevista coletiva após levantamento do material apreendido.
Ao longo da investigação foi possível apurar que ao menos 20 (vinte) pessoas integram um grupo bem organizado que explora jogos de azar nas cidades de Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo. Essa prática não se resume na exploração dos jogos, mas indica um esquema complexo de lavagem de dinheiro dos valores arrecadados com a exploração dos jogos. Foi possível apurar que os membros adquirem imóveis para conversão dos valores ilícitos, além de mais de duas dezenas de automóveis.
Além disso, o grupo constituiu várias empresas de fachada para a prática da lavagem de dinheiro. O valor aproximado dos bens sequestrados e bloqueados aproxima-se de 10 milhões de reais, indicando a alta capacidade financeira do grupo. Além da exploração direta dos jogos de azar e do prejuízo financeiro trazido às pessoas que são voltadas a essa prática, bem como da lavagem do dinheiro de origem ilícita que promovia o enriquecimento dos membros, o grupo promovia aglomerações em períodos de pandemia, em ambientes fechados e com as pessoas sem nenhum tipo de proteção, contribuindo para a propagação dos problemas de saúde.
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Um efetivo de 250 (duzentos e cinquenta) policiais civis e militares cumprem 141 (cento e quarenta e uma) ordens de busca e apreensão domiciliar, sequestro e indisponibilidade de bens móveis e imóveis, bloqueios de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas e quebra de sigilo fiscal, bancário e tributário. São 33 mandados de busca e apreensão, 42 indisponibilidades de bens móveis e imóveis e 68 quebras de sigilo bancário, fiscal e tributário, totalizando aproximadamente 10 milhões de reais em valores bloqueados.
O Delegado Gabriel Borges, responsável pela investigação destaca: “o resultado do trabalho indica a preocupação no combate à lavagem de dinheiro resultante da exploração de jogos de azar, a qual é capaz de gerar milhões de reais de origem ilícita.”
O Diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana – 2ªDPRM, Delegado de Polícia Regional Mario Souza reitera: “A investigação nos delitos de lavagem de dinheiro é uma das prioridades da instituição, pois reforça a intenção de descapitalização dos grupos criminosos organizados.” Ressalta “a importância da ação em conjunto entre PC e BM, com força máxima contra o crime.” E conclui “a estrutura financeira do crime deve ser quebrada.”