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Operação da Polícia Civil indisponibiliza mais de R$ 16 milhões de facção criminosa

A Polícia Civil, através das Delegacias de Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro (DRLD/GIE) e (DRLD/Denarc), deflagrou nesta terça-feira, 19, a Operação Magna Ópera, contra uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas que tem origem no Vale do Sinos. O objetivo da operação é combater o crime de lavagem de dinheiro decorrente do tráfico de drogas em larga escala, além da desarticulação dos braços financeiros de duas abastadas células da facção.

A ação visou principalmente ao cumprimento de mandados de busca, indisponibilidade de bens imóveis, veículos e ativos financeiros espalhados pelo estado e em todo o Brasil, tudo pertencente a uma organização criminosa que possui suas lideranças principais aqui na região. A lavagem de dinheiro, segundo a investigação, se dava através de uma rede de operadores financeiros, empresas, laranjas, dentre outros meios. As cidades abrangidas foram São Leopoldo, Novo Hamburgo, Estância Velha, Capão da Canoa, Guaíba e Viamão no Estado gaúcho, além das cidades de Itapema e Camboriú, em Santa Catarina.

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Foram utilizados mais de 200 policiais civis gaúchos, três equipes da Diretoria Estadual de Investigações Criminais da Policia Civil de Santa Catarina, 13 servidores do GAECO, além de equipes de apoio de Montenegro e DP de Capão da Canoa, distribuídos em 70 viaturas. Os números são o resultado do trabalho desenvolvido em duas investigações distintas que visaram descapitalizar duas diferentes lideranças. O nome da Operação é uma alusão à “grande obra”, em latim.

A investigação contou com a participação do GAECO/MPRS, através do Núcleo de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro, com a coordenação do Promotor de Justiça Diego Rosito de Vilas.
Segundo os delegados Adriano Nonnenmacher (DRLD/Denarc) e Filipe Bringhenti (DRLD/GIE), as investigações duraram cerca de dois anos e empregaram métodos como o uso de ferramentas tecnológicas de análises contábeis, documental, estudo de procedimentos policiais e judiciais, provas testemunhais, trabalho de campo, dentre outras. Foi possível elucidar e comprovar uma rede complexa de lavagem de dinheiro e, na data de hoje, atacar o pulmão financeiro dos investigados.

Somando as ordens judiciais deferidas em decorrência das duas investigações, a operação de hoje deu cumprimento a 341 medidas, dentre elas 138 quebras de sigilos bancário, fiscais e bursátil; 60 mandados de buscas, bloqueio de contas bancárias de 41 investigados, indisponibilidade de 29 bens imóveis e 23 veículos. O total de bens indisponibilizados no dia de hoje chega a R$ 16.129.327,00.

Um dos líderes da facção foi preso por porte ilegal de armas e descumprimento de prisão domiciliar (Fotos: PC/Divulgação)

Dois dos alvos, um homem de 51 anos e outro de 50 anos, ambos possuem antecedentes criminais em grandes roubos nos anos 90/2000, homicídios e tráfico de drogas, sendo que o mais velho é conhecido como “Chefe dos Chefes”. São considerados de alta periculosidade, experientes, com extremo poderio econômico, proprietários de empresas, bem como apontados dentre a segunda geração de fundadores da facção, responsáveis pela alta especialização da mesma no decorrer das últimas duas décadas, a nível de Cartel, e ainda operando uma rede de tráfico de drogas, além dos crimes de lavagem de dinheiro.

Durante três décadas, a organização opera rotas internacionais de tráfico de drogas, armas, dinheiro, via Paraguai, Argentina e Uruguai, sendo que nos anos 90 com conexão ao Cartel de Cáli, e nos seguintes por intermédio de um narcotraficante brasileiro, naturalizado paraguaio”, esclarece Nonnenmacher.
“Algumas empresas também estão sob investigação, suspeitas de participação nos crimes de lavagem de dinheiro para a organização, e foram alvos de buscas hoje, totalizando 69 pessoas físicas e jurídicas”, afirma Bringhenti.

Operação contou com cerca de 250 policiais e quase 100 viaturas

Os fatos foram devidamente comprovados nas investigações, tanto é que um dos seus operadores logísticos e financeiro, um indivíduo com antecedentes criminais por roubos, porte de arma e associação criminosa, que se dizia empresário em Novo Hamburgo, foi preso no Estado do Mato Grosso do Sul recentemente com cerca de 1,6 toneladas de maconha.

Outra prova é um imóvel encontrado no decorrer de várias diligências, a demonstrar o poderio econômico e logístico da organização, tipicamente de cartel, localizado pela Polícia Civil gaúcha, por meio da DRLD/Denarc e da DRLD/GIE, de uma fazenda no Estado do Mato Grosso, de propriedade imputada à organização criminosa. A propriedade fica próxima à região da Bolívia, com uma área de 140 mil hectares, com pista de pouso no meio da mata fechada, avaliada em R$ 42 milhões de reais, equivalente em tamanho a quase três vezes a cidade de Porto Alegre.

A segunda célula atacada é liderada por um homem de 36 anos, que se dedicava ao tráfico de drogas e à prática de homicídios em menor escala até passar a ingressar na facção hoje combatida. Com a entrada na facção, o alvo galgou postos na organização criminosa e hoje, além de ter grande patrimônio registrado em nome de laranjas, reside em uma residência de condomínio de luxo em Porto Alegre avaliada em cerca de R$ 3.000.000,00.

“O objetivo dos trabalhos de hoje foi devidamente cumprido com o atingimento da desejada asfixia patrimonial dessas duas importantes células da facção”, disse Bringhenti. “Esta operação é fruto de uma longa investigação, de extrema dificuldade, que ao final conseguirá provas dos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, com o devido sequestro de bens e ativos financeiros de grande vulto dos envolvidos”, completou Nonnenmacher.

Conforme o diretor do Denarc, delegado Vladimir Urach, a operação é histórica para a Polícia Civil e para o Denarc e GIE, visto que atinge os líderes máximos desta organização criminosa, que desde os anos 90 hegemoniza a distribuição de drogas e armas no Estado por variadas rotas internacionais, porquanto também o alvo principal, uma das lendas da criminalidade gaúcha, pela sua inteligência e astúcia, sempre dificultou o trabalho das polícias para a formação de provas.

O diretor do GIE, delegado Endrigo Veiga Marques, esclareceu que o trabalho de hoje é fruto da desejada integração entre Departamentos da Polícia Civil, inclusive somando esforços com o Ministério Público Estadual.

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