A 43ª rodada do Distanciamento Controla confirmou o que o governador Eduardo Leite havia antecipado: todo o Rio Grande do Sul está em bandeira preta. O cálculo divulgado dos indicadores de velocidade de propagação do coronavírus e capacidade de atendimento hospitalar resultou em média final superior a 2,50, o que representa o nível mais alto previsto no sistema, em todas as 21 regiões Covid.
Nesta rodada, excepcionalmente, não haverá mapa preliminar. A vigência da classificação definitiva foi antecipada para a 0h de sábado (27/2) e as novas bandeiras serão válidas até as 23h59 do domingo seguinte (7/3) – mesmo prazo estabelecido para a suspensão da cogestão e das atividades não essenciais entre 20h e 5h. As novas regras foram publicadas em decreto.
Conforme os dados analisados nesta 43ª semana, houve forte elevação em todos os indicadores a nível estadual, com destaque para o aumento no número de internados em leitos clínicos (+64%), em UTIs (+36%) e nos óbitos (+48%). O crescimento mais expressivo é de novos registros de hospitalizações por Covid-19 nos últimos sete dias, comparado com a semana anterior: aumento de 204%.
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Mesmo considerando o aumento no número total de leitos de UTI existentes, a elevação dos pacientes confirmados com Covid em UTI fez com que a razão de leitos livres para cada ocupado por Covid-19 reduzisse novamente de forma expressiva, alcançando o menor valor desde o início da pandemia: 0,17, acionando a nova salvaguarda de bandeira preta em todas as regiões do Estado.
Ou seja, mesmo se alguma região apresentasse uma nota compatível com a bandeira vermelha, laranja ou amarela, acabaria sendo classificada em risco altíssimo. Criada na quinta-feira, 25, a regra impõe bandeira preta a todas as 21 regiões caso a razão no Estado de leitos livres de UTI sobre leitos ocupados por Covid em UTI estiver menor ou igual a 0,35. O resultado, nesta rodada, é metade do índice.
Conforme o Gabinete de Crise, o ajuste no modelo foi necessário, pois, quando a capacidade hospitalar está próxima do limite, alguns dados podem sofrer atrasos de preenchimento devido à sobrecarga das equipes e, além disso, os indicadores de “velocidade do avanço” e de “variação da capacidade de atendimento” se tornam prejudicados – uma vez que, mesmo havendo demanda por leitos, podem não ser preenchidos devido à lotação das áreas Covid dos hospitais.