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A grenalização nossa de cada dia

Nos orgulhamos de nossas façanhas e até cantamos com orgulho. Comemoramos uma guerra que perdemos e vivemos um ufanismo de que somos melhores, mas o que constatamos nos últimos anos é um Estado quase falimentar. Atrasos nos salários, crise na segurança pública, na saúde e na educação. Os problemas do Rio Grande do Sul não são de hoje (deste governo), mas algo que vem se arrastando ao longo de no mínimo quatro décadas.  Não houve planejamento dos sucessivos governos e seus matizes ideológicos. O Estado passou a gastar mais, muito mais do que arrecada e isso requer ajustes. Impostos foram aumentados o que prejudicou empresários que geram emprego e renda. A cobrança do governo Federal da chamada divida para com a união vem massacrando não só o Rio Grande, mas outros entes da federação.  É imperioso lembrar que a guerra fiscal é algo vil, desleal e que gera uma autofagia do sistema. A falta de melhorias na infraestrutura, as reformas que não são realidade não permite que sejamos competitivos e dia após perdemos espaços para Santa Catarina e Paraná. O Rio Grande do Sul desde 1986 vem ignorando as normas mais básicas de administração financeira; gastou mais do que devia. Usou os recursos que não tinha e que não tem até hoje. Todos sabiam que a bomba iria estourar um dia e este chegou. E agora? Ser ou não ser, eis a questão. Hoje um Rio Grande do Sul possui um déficit de 5 bilhões. Vivemos em um Estado sucateado e este processo é dolorido e carece da união de toda a sociedade. Outro fator que vem contribuindo para a crise que assola a Província de São Pedro é a desindustrialização que é agravada pela falta de enfrentamento através de políticas públicas, o que vai agravar ainda mais os efeitos nefastos sobre a sociedade.  A ausência de um consenso estratégico que priorize o desenvolvimento, a indústria, o planejamento e as políticas públicas afeta também especialmente o Rio Grande do Sul. Por último como no passado vivemos a chamada grenalização. Temos uma tendência à divisão que não soma, pelo contrário prejudica. Faltou coesão para os nossos representantes federais para a busca de investimentos federais na infraestrutura do nosso Estado. Nossos representantes se mostram incapazes de criar unidade em temas importantes para o Estado. Vivemos momentos difíceis, mas necessários para depurar. Nas crises é que se cresce, mas para tal é urgente à unidade. Se o hino que embalou o sonho ainda hoje acalentado por muitos fala que “sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra” precisamos mudar o presente para garantir um futuro melhor. Esta mudança precisa ser de todos os gaúchos. Não sei se disse, mas tentei.  Escrevo e assino embaixo.

Jair Wingert

jornalista – Reg.Prof. MTb/RS 10.366

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