Devido ao avanço da varíola dos macacos no Brasil e no mundo, a Universidade Feevale passa a realizar, no seu Laboratório de Microbiologia Molecular (LMM), exames para o diagnóstico da doença. Os testes ocorrem por meio de RT-qPCR, a partir de material de lesões de pele. A Instituição também começará, nos próximos dias, a fazer o sequenciamento do vírus a partir de amostras coletadas.
O Rio Grande do Sul possui, atualmente, quatro casos confirmados da varíola dos macacos, doença causada pelo vírus monkeypox, e três estão em investigação. No Brasil, já são 1.066 casos e, no mundo todo, o número chegou a 20.638 nesta quinta-feira, 28. Devido à expansão da enfermidade, em 23 de julho a Organização Mundial de Saúde (OMS) já havia declarado a doença como emergência de saúde global.
Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a criação do Comitê Técnico da Emergência Monkeypox (varíola dos macacos), para que as áreas técnicas de pesquisa clínica, de registro, de boas práticas de fabricação, de farmacovigilância e de terapias avançadas atuem em processo colaborativo, inclusive com os profissionais de saúde e a comunidade científica. A expectativa é que o comitê reúna as melhores experiências disponíveis nas autoridades reguladoras, permitindo acelerar o desenvolvimento e as ações que envolvam pesquisas clínicas e autorização de medicamentos e vacinas.
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O virologista Fernando Spilki, pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Universidade Feevale, integra a Câmara Pox do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Trata-se de um grupo técnico temporário que conta com especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que atuam de forma consultiva e acompanham os acontecimentos científicos a respeito do vírus monkeypox.
Spilki explica que o vírus monkeypox pertence à mesma família do vírus causador da varíola humana, hoje extinto, e apresenta algumas manifestações clínicas semelhantes, porém de menor gravidade. Segundo ele, a doença é transmitida para pessoas por animais, como roedores e primatas, mas o contágio também ocorre entre pessoas por meio de contato direto ou indireto, inclusive por gotículas respiratórias. A doença dura de duas a quatro semanas e o período de transmissão se encerra quando as crostas das lesões causadas desaparecem.
Entre os sintomas da doença estão: febre, dor de cabeça, exaustão, dores musculares e inchaço dos linfonodos (gânglios linfáticos). “Geralmente, de um a três dias após o início da febre aparecem erupções no rosto, genitais, que podem se espalhar para outras partes do corpo, incluindo mãos e pés. Em alguns casos a doença pode ser fatal, especialmente em pacientes imunossuprimidos”, afirma Spilki.