O mestrado em Virologia da Universidade Feevale divulgou, na sexta-feira, 11, um novo levantamento sobre a pandemia de Covid-19 no Vale do Rio dos Sinos. Embora a taxa de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) dos hospitais da região tenha regredido para 100%, percentual ainda extremamente preocupante, o número de novos casos confirmados em uma semana é o maior desde o início da pandemia: 2.745. Para a pesquisa, foram considerados os dados disponibilizados pelo Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) do Vale do Rio dos Sinos (Consinos) e pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio do portal da Covid-19.
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Os dados demonstram que, desde o início de novembro, a pandemia está em franca ascensão, com crescimento exponencial e pior do que no auge do inverno. O número máximo de casos atingidos em uma semana havia sido em julho, com 1.942 novos casos de Covid-19; porém, desde o dia 20 de novembro, as contagens ultrapassam os 2 mil a cada semana, chegando ao recorde de 2.745 nesta sexta-feira. Em números absolutos, a região do Vale do Sinos acumula um total de 34.749 casos confirmados e 725 óbitos, com 36 nesta semana.
Conforme o professor do mestrado em Virologia da Feevale, Fernando Spilki, os números demonstram que os casos novos continuam em evolução. “A ocupação nas UTIs baixou para 100% como reflexo na abertura de novos leitos”, explica. Já para a coordenadora do mestrado em Virologia da Universidade Feevale, Juliane Fleck, os indicadores evidenciam que o vírus permanece em atividade e que ainda não aprendemos a “conviver com ele”. “Não há dúvidas de que as condutas precisam ser revistas, em prol do coletivo”, afirma.
Confira a evolução da pandemia no Vale do Sinos neste link: .
Projeção do mestrado em Virologia indica superlotação no Natal e Ano Novo:
O mestrado em Virologia da Feevale também realizou uma projeção do número de casos de Covid-19 e das internações em decorrência da doença no Vale do Sinos para as próximas semanas a partir dos dados atuais. O estudo, sob coordenação do professor Spilki e com apoio do epidemiologista Eduardo de Freitas Costa, projeta três cenários: um pessimista, um otimista e um médio. Em um cenário mais pessimista, a ocupação nas UTIs na região estaria em 129% no Natal, por exemplo, enquanto o número de casos novos chegaria a 4.479 naquela semana. Na primeira semana de janeiro, estes números saltariam para 134% e 5.132, respectivamente, se não forem tomadas medidas adicionais para conter o avanço da pandemia.
A simulação foi realizada a partir de dados da pandemia na região até a sexta-feira, 11 de dezembro, com o acréscimo dos novos leitos na rede de saúde. Para o cálculo, foram usados modelos de séries temporais para a predição semanal da porcentagem de ocupação em UTI (modelo de suavização exponencial), do número de casos e do número de internações (regressão com erros Arima – uma sigla do inglês: Auto-regressive integrated moving average, ou em portugês, Modelo autorregressivo de médias móveis).