Uma das tradições da sexta-feira santa de Campo Bom é a encenação da Paixão de Cristo. A história bíblica conta os últimos momentos de Jesus Cristo na terra antes da crucificação. Para a encenação que acontece as 19h30 e terá início em frente às Igrejas Católica e Luterana na Avenida Brasil, estão sendo preparadas algumas surpresas pelo grupo responsável por organizar e dirigir a encenação.
A principal diferença com relação as demais é que neste ano a peça teatral terá um viés diferente, a história bíblica será contada sob a perspectiva do apóstolo Pedro. Ressaltando as sua negações e inclusive em determinados momentos contextualizando os fatos para os dias atuais. A cena inicial terá um diferencial: Será realizada na frente das igrejas na avenida Brasil, mas quem estiver no Largo Irmãos Vetter poderá acompanhar, pois ela será projetada em um telão.
A peça vem sendo preparada desde dezembro, em alguns momentos haverá interações e ações em meio ao público. Estarão atuando cerca de 60 atores, alguns vindos de cidades da região, mas todos voluntários amadores. Uma orquestra coral ecumênica de cerca de 70 pessoas estará ilustrando a encenação, com músicas clássicas da peça, mas também com canções contemporâneas e que por vezes estarão substituindo as falas dos atores.
Outra novidade será o pão utilizado na encenação. Feito pelo voluntário Gerson Saft, segue uma receita milenar, que seria a mesma utilizada na época de Cristo. Segundo ele foi feita uma “massa madre” que fermenta naturalmente e a ela são misturados farinha, sal e água para fazer os pães. A “massa madre” formada pelos mesmos ingredientes é tido como o alimento mais antigo da civilização moderna. A produção dos três pães para a peça pode demorar até 10 horas.
O padre Marco Antônio Leal esteve presente no último ensaio realizado na quarta-feira,12 na Igreja Evangélica Luterana da Paz e ressaltou a conquista que a encenação representa para a comunidade cristã de Campo Bom: ” A encenação da Paixão de Cristo é uma tradição na cidade, porém era feita por um grupo com atores profissionais. A encenação com atores locais trouxe além da maior participação da comunidade, principalmente da família e amigos dos participantes, mas principalmente trouxe mais sentimento cristão para as atuações, com mais calor e sentimento. A encenação deste ano é ainda mais atrativa a medida que conta a Paixão pela perspectiva de Pedro, que ao tempo todo esteve ao lado de Jesus nesta nova forma de contar, dinâmica e emocionante.” disse o Padre.
A direção da peça é de Tais de Oliveira, com co-direção de Alan Mateus Gloss. Além de todos os atores envolvidos, dos integrantes da orquestra coral, também conta a peça com 10 pessoas envolvidas somente na produção, trabalhando para que no tempo de pouco mais de uma hora que a peça dura, tudo aconteça com tranquilidade.
Orquestra coral fez o último ensaio na quarta