Os últimos oito dias de dezembro se caracterizaram por dias escaldantes com as máximas diárias se situando na média de 39.0°C e com 03 dias superando os 40°C. O recorde de calor ocorreu no dia 31 com a máxima chegando nos 41°C, sendo a mais alta do ano, superando os 40.2°C do dia 02.01.2019, mas foi o recorde absoluto para um mês de dezembro em 36 anos. O recorde anterior tinha ocorrido em dezembro de 2013 com 40.9°C.
Outro recorde climático de dezembro foi o menor volume de precipitação em 36 anos com acumulado de apenas 22 mm, superando o ano de 1989 quando choveu apenas 38.7 mm. Em 36 anos a temperatura máxima do ano também ocorreu em dezembro nos anos de 1994 com 40.0°C, 1995 com 40.6°C, 1999 com 40.2°C, 2011 com 40.0°C, 2017 com 38.3°C, 2018 com 39.3°C e agora em 2019 com 41.0°C. Chama a atenção que nos últimos três anos o recorde da máxima do ano ocorreu em dezembro, mas pela primeira vez no dia 31.
Não fossem estes 08 dias extremamente quentes, a temperatura do mês de dezembro fecharia próximo à média mensal histórica para o mês que é de 23.9°C, pois agora em dezembro de 2019 ficou em 25.2°C, ou seja, abaixo do mais quente ocorrido em 2006 com média de 25.7°C. Apesar do recorde daquele ano, houve registro de apenas um dia com máxima igual ou acima dos 40.0°C, com registro de 40.8°C no dia 17/12/2006, e em 2019 com 03 dias, inédito para dezembro. Em 2006 ocorreram apenas 03 dias com máxima abaixo de 30.0°C em dezembro e em 2019 foram 09 dias, ou seja, menos quente.
Mesmo não batendo na média o dezembro mais quente ocorrido em 2006, a onda de calor nos últimos dias do ano passado, fez história com 03 dias com máximas acima do 40°C (inédito) e o recorde em 36 anos com 41°C e também por ter sido o mais seco dezembro em 36 anos com acumulado de apenas 22mm já referido acima.
Os primeiros nove dias de janeiro estão com a temperatura acima da média normal em até 1.0°C. O dia mais quente aconteceu na quinta-feira, 09, com a máxima superando os 39°C. Este intenso calor será amenizado, pois vários Institutos de Meteorologia estão prevendo que teremos o retorno da instabilidade, inclusive com risco de temporais e precipitação que poderá superar os 20.0 mm, amenizando a seca que está castigado o Estado desde o mês de dezembro em várias regiões. O acumulado na cidade apontava apenas 8.4 mm, lembrando que a média normal histórica em 35 anos em janeiro é de 146.5 mm.
A escassez de chuvas que iniciou durante todo o mês de dezembro e que continua alterou o aspecto da cidade mudando a paisagem e o verde que predominava até novembro está dando lugar ao amarelo ressecado como ilustra a imagem acima, feita no último dia de 2019 quando foi registrada a máxima do ano passado com 41.0°C.
A última vez que ocorreu situação semelhante na região foi em novembro de 2012, que na época também registrou pouca precipitação com total de apenas 22 mm. A Defesa Civil já recebeu nove decretos de situação de emergência provocada pela estiagem no Estado, entre eles Camaquã, Chuvisca, Sinimbú e Venâncio Aires.
Chamou a atenção nesta semana, a chegada da fumaça proveniente de incêndios na Austrália, na terça-feira dia 07, principalmente em cidades do Oeste e Sul do RS, fazendo com que o céu ficasse acinzentado, apesar da ausência de nuvens. De acordo com a MetSul Meteorologia, a fumaça chegou em altitudes de 5 a 10 mil metros de altitude, sem impacto em superfície e no ar que respiramos, mas chamou a atenção que a nuvem percorreu 12 mil km até chegar à América do Sul.