Finalmente o dia acabou e você chega em casa, coloca as coisas no sofá, tira os sapatos e olha o celular para ver se ficou algum e-mail sem ser lido. Uma notificação aparece com os aniversariantes do dia e lá vai você ao Facebook para parabenizá-los. Mas antes curte e compartilha algumas publicações super legais. São vídeos interessantes, gifs, gatinhos fofinhos, “alfinetadas” entre amigos, almoços e jantares que mais parecem saídos de filmes, viagens, e por aí vai. Uau, você lembra de dar uma “passadinha” pelo Instagram para ver quem são seus novos seguidores. Confere as contas bancárias, a agenda do dia seguinte e quando percebe a noite se foi. Não dá mais tempo nem de ver um filme. Ufa, como a vida está corrida!
Hoje vivemos um desafio grandioso. Estamos conectados 24 horas, 7 dias na semana. Não desligamos nem quando estamos dormindo, porque o celular no quarto, indica para o nosso cérebro que não podemos “desligar” em momento algum.
Porém se pararmos para pensar, veremos que a maior parte das informações que hoje temos acessado são, na sua maioria, totalmente dispensáveis. Porém, não saber dessa ou daquela novidade, não termos várias curtidas em nossas publicações, nos torna menos importantes no mundo virtual. Se não respondemos imediatamente aquele amigo, ele cobra com frases do tipo “mas você estava on-line”! Pior é que fazemos a mesma coisa com nossos amigos. É como se vivêssemos atualmente numa espécie de escravidão virtual.
Somos bombardeados por textos, posts e vídeos no Whatsapp. Às vezes recebemos o mesmo texto ou vídeo diversas vezes até saturar não apenas o celular, mas também nossas mentes. Um dos grandes problemas que enfrentamos hoje é a falsa ideia de que somos multitarefas. Já foi provado cientificamente que o ser humano consegue concentrar-se apenas em uma coisa de cada vez. Portanto, se você deseja ou pensa que é um super herói, está no caminho errado.
Parece que há atualmente uma corrida ao pódio de melhor repórter da atualidade. Corremos para divulgar toda e qualquer notícia que chega à nossa telinha. Desde a da menina Mirella, que precisa com urgência do sangue AB-, sem sequer pesquisar pra saber que ela nunca existiu, até noticias de catástrofes. E assim nos tornamos vítimas fáceis das fakenews.
Segundo vários pesquisadores das atividades neuronais, a exposição desenfreada a notícias ruins faz com que nossas energias sejam minadas, nosso bom humor seja corroído, nossa crença na existência de pessoas boas decaia e nossa expectativa de dias melhores se vá. É claro que devemos estar bem informados, atualizados, conectados. Mas há que se ter muito cuidado com esse excesso.
Nossos filhos querem a nós como seus super heróis, querem abraços e não vídeos, nossos parceiros e parceiras querem a nós, os nossos beijos e nossos abraços. Estarmos conectados é imperativo, porém vamos entender que há coisas muito mais importantes que nossas redes sociais.
A saúde mental agradece.
Rosa Silva
Terapeuta TFT e palestrante
vidaplenatododia@gmail.com
