Um importante passo para avançar no combate à violência contra a mulher foi dado ontem, dia 9, em Campo Bom. O seminário “16 anos da Lei Maria da Penha: desafios e alternativas”, organizado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação (SMDSH), reuniu mais de 100 pessoas, entre representantes da sociedade civil, Poder Público, profissionais da assistência social, da segurança pública e vítimas, para debater formas de erradicar este tipo de violência.
“Um dos caminhos em que acreditamos é aquele trilhado através da educação, tendo nas salas de aula o início da mudança”, observa a primeira-dama Kátia Orsi. Ela destaca, também, a criação da Sala das Margaridas em 2020, um espaço de atendimento humanizado às mulheres em situação de violência dentro da Delegacia de Polícia Civil, à época apenas a 10ª instalada no RS. O seminário ocorreu no salão paroquial da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB), das 13h às 17h, e durante o evento foi apresentada a nova diretoria do conselho municipal: Lúcia Cristovam, presidente; Ana Cristina Flores Valente, vice-presidente; Giovana Lucca, secretária-geral; e Luciane Beatriz Taufer, secretária executiva.
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“Entre um homem e uma mulher, só poderá bater o coração”, afirmou, em determinado momento do seminário, Silvia Cristina Ferreira Maciel, assistente social do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) de Sapiranga. Ela foi uma das palestrantes e abordou os dilemas da mulher em situação de violência. Sobre os artigos da Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, quem falou foi a advogada Rafaela Caporal, da Themis.
E se engana quem pensa que apenas a informação é arma para este combate; a professora de dança Greici Juliana Neckel Garcia e a instrutora Rosane Schumann, do projeto Associações em Dança, mostraram como a arte pode ajudar a vítima a recuperar a autoestima para sair da situação de violência. Com uma imagem da Mulher-Maravilha no telão, Rosane encorajou todas as mulheres presentes a reproduzirem a pose da super-heroína, num dos grandes momentos da interação.
Para o secretário municipal de Desenvolvimento Social e Habitação, Gabriel Colissi, o seminário atestou que há, no Município, interesse e políticas voltadas para a resolução deste que é um problema social e de saúde pública, não apenas durante o Agosto Lilás. “O Creas atende, hoje, 50 mulheres em situação de violência, 40 de casos registrados neste ano, o que mostra a urgência do tema”, revela. Além da primeira-dama e do secretário, a presidente da Câmara Municipal, vereadora Gênifer Engers, também participou do evento. Ela é a primeira mulher a presidir o Legislativo Municipal depois de mais de 60 anos.