A campo-bonense Bruna Kroth já teve sua história contada diversas vezes. Vítima de meningite aos dois anos de idade, ela teve as pernas amputadas. O sonho de Bruna sempre foi de se locomover de maneira independente, o primeiro teste foi com prótese simples as quais ela não se adaptou. Em 2015, ela iniciou uma batalha judicial contra o Estado e Município visando garantir seu direito constitucional e por não ter recursos de obter a prótese e sua manutenção, que na época, tais próteses custariam em torno de R$ 140 a 150 mil reais.
Amigos de Bruna, percebendo a dificuldade com a demora, iniciaram várias ações para juntar dinheiro e auxiliar Bruna a sair da cadeira de rodas. Uma das mobilizações, feita via redes sociais, chegou ao conhecimento do técnico do Grêmio, Renato Portaluppi, que em dezembro fez uma doação do valor que faltava, cerca de 70 mil reais para que Bruna finalmente realizasse seu sonho.
Porém, quando tudo indicava um final feliz, a história de Bruna teve uma reviravolta que pode acabar com o sonho de Bruna. A avaliação do fisiatra, profissional médico que lida com avaliação e tratamento de doentes cuja capacidade funcional esteja limitada, resultou em um laudo com uma alteração: a prótese de Bruna terá que ter um joelho eletrônico, elevando assim o valor para cerca de 200 mil reais.
A esperança inicial de contar com o valor via judicial está parada na burocracia da justiça brasileira. O processo segue sem previsão de finalização e como cabem inúmeros recursos. Uma empresa especialista em próteses chegou a fazer uma proposta, daria um desconto, pegaria o valor que Bruna já arrecadou até aqui e aceitaria o restante, cerca de 30 mil reais ao final do processo. Porém para que isso possa ser realizado mais uma vez Bruna esbarra na velocidade da justiça. Seu advogado já informou no processo essa possibilidade, mas precisa da concordância de Estado e Município, o que está retardando o acordo.
Como se tudo já não estivesse difícil, Bruna em uma das últimas consultas, foi diagnosticada com úlceras de pressão, um problema que pode levar à coccigectomia, um procedimento de retirada do cóccix, último osso da coluna e acabar de vez com as possibilidades de colocação da prótese. Bruna agora “corre” contra o tempo. Com boa parte do dinheiro parado em um conta poupança e em depósito judicial, ela precisa de uma decisão da justiça para que possa iniciar a colocação das próteses com a empresa ou ainda conseguir de outra maneira os cerca de 30 mil restantes para literalmente dar seus primeiros passos na realização de seu sonho.
Em Dezembro Bruna imaginou que logo estaria caminhando