Há um assunto muito preocupante e extremamente velado que assusta muito a nossa sociedade; o abuso infantil.
A violência sexual contra crianças já foi um assunto proibido na sociedade devido a tabus existentes, pois o constrangimento é algo bastante presente tanto na vítima como também no abusador.
As vezes olhamos para a inocência da criança e não entendemos como alguém em sã consciência seria capaz de atentar contra a vida daquele anjo.
Porém, por mais que pareça assustador, a maioria da violência infantil acontece em casa.
Teoricamente a casa da gente é o lugar mais seguro que temos. É nela que deveríamos retornar quando o perigo chegasse.
Mas o que fazer quando o perigo está lá?
É assustadora vermos a estatística dizer que entre 2011 e 2017 houve no Brasil quase 185.000 casos de violência doméstica. Mais assustador ainda é saber que esse número é apenas sobre violência sexual.
Como assim? Dentro de casa? É… infelizmente a grande maioria das crianças abusadas, o são por parentes próximos.
Duro é que mais ou menos 50% dos casos, segundo o ministério da saúde, são crianças de até 5 anos. E esse número só vem aumentando.
O que podemos fazer diante desse alarmante quadro? Denunciar!
Hoje as vítimas são encorajadas a fazerem denúncias trazendo exposição das severas consequências que um abuso sexual na infância pode gerar, como implicações médicas, legais e psicossociais. Na atualidade, as pessoas tem tido coragem, enquanto vítimas, de expor dores e traumas leves ou em uma profunda escala que afetam desde a sua autoimagem, autoestima, desenvolvimento intelectual, e provocam culpa, sentimento de não pertencimento, inaptidão e isolamento, entre outros, comprometendo significativamente suas relações interpessoais.
Mais ainda temos que lutar muito! Outro dia conversando com alguém me assustei ao ouvir a pessoa dizer que ficava com medo de denunciar porque a criança seria afastada dos pais que ela tanto amava. Como assim?
Melhor seria continuar o abuso? Claro que não! Nossos paradigmas precisam ser mudados. Temos que denunciar sim, qualquer tipo de anormalidade que virmos.
Se você estranhar gritos ou choro constantes, marcas ou ferimentos no corpo da criança, comunique as autoridades. É muito fácil e você não precisa se identificar. Ligue para 100 e você será atendido gratuitamente. Esse serviço está disponível 24 por dia, 7 dias na semana. E você ainda pode acompanhar o caso, se desejar. Você também pode utilizar o aplicativo Proteja Brasil.
Precisamos nos unir nessa luta para que nossas crianças e adolescentes estejam protegidos. Nossa casa precisa ser um lugar de refúgio, um lugar pra onde nossas crianças queiram voltar e não de onde queiram fugir.
Rosa Silva
Terapeuta em TFT e Palestrante
rosasilva@vidaplenatododia.com.br