O Rio Grande do Sul registrou no primeiro semestre de 2024 mais hospitalizações e mortes causadas pela gripe. Neste ano, dados do monitoramento da Secretaria da Saúde (SES) apresentam um número 37% superior nas internações e 22% maior nos óbitos em relação ao mesmo período do ano passado. Os números são um alerta para que a população que ainda não se vacinou contra o vírus influenza procure as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para fazer a dose anual. Há ainda vacinas disponíveis em todos os municípios do Estado destinadas para a população acima dos seis meses de idade.
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A gripe é uma das doenças respiratórias que apresentam maior circulação nesta época do ano. Hábitos relacionados ao frio, como a maior permanência em espaços fechados e com pouca ventilação dos ambientes, facilitam a transmissão de microrganismos, principalmente vírus, a exemplo do influenza. Por isso, a perspectiva é que os casos e óbitos relacionados à doença sigam aumentando.
A campanha anual contra a gripe influenza começou em março para os grupos prioritários, sendo aberta em maio para a população em geral. No Rio Grande do Sul, foram aplicadas cerca de 2,6 milhões de doses este ano. A cobertura chegou a 46% nos grupos de crianças, gestantes, puérperas, idosos com 60 anos ou mais e indígenas. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é vacinar 90% desses públicos. Esses números da vacinação contra a gripe podem ser acompanhados pelo painel do Ministério da Saúde, onde também podem ser aplicados filtros por município e públicos prioritários.
Idosos e pessoas com comorbidades são aquelas que apresentam maior risco de desenvolver quadros de saúde graves quando infectadas pelo vírus influenza, ainda mais quando não vacinadas. Entre as hospitalizações, 63% foram de pessoas com alguma comorbidade (como doenças crônicas respiratórias, cardíacas e imunológicas). Em relação aos óbitos, esse público representou 88%. As pessoas com 60 anos ou mais, por sua vez, representaram 51% das internações e 78% dos óbitos.
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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) produz boletins quinzenais com o monitoramento de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), como são chamados os casos de hospitalização por problemas ou dificuldades respiratórias. No informe mais recente, com dados até o final de junho, a análise apresentada coloca o Rio Grande do Sul como um dos estados com tendência de aumento para casos e óbitos, enquanto a maioria dos demais aponta para um cenário de estabilidade ou queda.
Os dados usados pela Fiocruz referem-se às SRAG em geral, que englobam, além do vírus influenza, causas como a covid-19 e o vírus sincicial respiratório (VSR). No Rio Grande do Sul, até o momento neste ano, a gripe representa 16% das hospitalizações e 21% dos óbitos. A covid-19 é responsável por 15% das internações e 39% dos óbitos, enquanto o VSR refere-se a 23% das hospitalizações e 5% das mortes.
Febre, tosse, calafrios, dor de garganta, coriza e dor de cabeça são os sintomas mais presentes nas infecções respiratórias. A qualquer sinal de agravamento, as pessoas devem procurar atendimento. Além da vacinação, outras medidas preventivas também podem ajudar a diminuir a transmissão de vírus respiratórios, cuja transmissão acontece principalmente por meio de gotículas ao falar, espirrar ou tossir. A ventilação dos ambientes e o cuidado com pessoas sintomáticas são medidas que contribuem para a redução da contaminação.