Campo-bonense por adoção, Jairo de Andrade é fundador em 1967 do Teatro de Arena, principal movimento político cultural crítico a ditadura no estado. Acompanhado do Grupo de Teatro Independente, Jairo literalmente construiu o local que segue aberto até hoje. Jairo envolveu-se com a política e militou por diversos partidos, sempre engajado nas causas sociais. Nos anos 80 ele veio para Campo Bom, já casado com a atriz Marlise Saueressig, que reside no centro da cidade e dá nome ao anfiteatro do Centro de Educação Integrada (CEI).
Leia também:
Defesa Civil interdita bloco de apartamentos no Dona Augusta
Polícia Civil prende jovem por roubo a estabelecimento
Câmara realiza sessão extraordinária para votar aumento salarial de servidores públicos
Jairo de Andrade atualmente encontra-se internado em uma clínica devido a problemas de saúde. Ele atuou na cidade por mais de 30 anos como empresário em uma indústria que produzia objetos de madeira. O proponente da homenagem é o deputado estadual Tarcísio Zimmermann (PT), admirador do Teatro de Arena:
“No dia 28 faremos uma homenagem combinada ao aniversário do Teatro de Arena e a seu fundador, Jairo de Andrade, por quem tenho muita admiração e respeito. Também vamos agraciar Jairo com a medalha do Mérito Farroupilha, principal honraria da Assembléia Legislativa. Pessoas como ele precisam ser reverenciadas pelo papel que tiveram na luta contra a ditadura militar, mais ainda nos dias de hoje, quando nossa democracia volta a ser tão duramente atacada” destacou Zimmermann, ex-prefeito de Novo Hamburgo.
A homenagem também se estenderá a todos os artistas e produtores de teatro e será realizada no Plenário da Assembleia Legislativa. O Teatro de Arena foi fundado em 17 de outubro de 1967 por um grupo de artistas do Grupo de Teatro Independente (GTI), liderados por Jairo de Andrade. Também integravam o GTI Alba Rosa, Araci Esteves, Hamilton Braga e Câncio Vargas. Ao longo de sua história, a casa foi um símbolo da resistência contra a ditadura militar. Na luta pela democracia, em meados dos anos 1970, foi palco também de reuniões políticas, especialmente da campanha pela anistia. Por conta de dificuldades financeiras, o teatro foi fechado em 1980. Porém, desde 1988, é considerado de utilidade pública, depois de ser incorporado ao patrimônio do Estado. Em 1991, após reforma coordenada pela diretora Sônia Duro, que inclusive dá nome ao Centro de Documentação e Pesquisa em Artes Cênicas que funciona no local, o Arena foi reaberto. No acervo histórico, existem mais de 2 mil textos dramáticos e livros, além de uma videoteca.
Jairo de Andrade é fundador do Teatro de Arena (Foto: Juliano Lopes)