Muitos sabem a importância da infância no desenvolvimento humano. Os parâmetros intelectuais e emocionais são formados a partir dessa vivência. Portanto não deveria nos espantar a ideia que traumas de infância tenham grandes e importantes efeitos na vida adulta. Esse deveria ser o norte para os pais se esforçassem ao máximo em transformar o ambiente familiar no mais agradável e seguro para os filhos.
Porém, nem sempre é o que observamos no nosso dia a dia. Pais cansados e frustrados com tantas obrigações cotidianas vivendo nos filhos as próprias frustrações. Pais que não sabem impor limites nem aos filhos e nem a eles mesmos.
Uma das áreas que visivelmente é atingida pelas vivencias da infância é a vida afetiva. É bastante comum namoros e casamentos serem prejudicados e até destruídos por sentimentos negativos advindos de traumas graves de um ou ambos os cônjuges.
Como pais, às vezes não sabemos a extensão das nossas ações na vida dos nossos filhos. Cada filho reage de forma diferente aos eventos da vida. O que machuca um, não atinge o outro e essa vivência fará diferença na vida conjugal, pois além da herança genética, o ambiente responde pelas diferentes reações das pessoas às experiências pelas quais passam.
Os traumas manifestam-se de diversas maneiras. Como crenças limitantes ou sabotadoras, fazem com que relacionamentos promissores transformem-se em ameaças por trazerem à lembranças as memórias de uma existência conturbada na infância. Esses mecanismos do inconsciente criados para proteção do indivíduo torna-se uma arma contra ele mesmo.
Quando por exemplo, os pais quebram promessas que fizeram aos filhos, isso pode levá-lo a não confiar no cônjuge. Perda de pessoas muito próxima, separação dos pais seguida de brigas judiciais entre outros exemplos, podem desequilibrar relacionamentos futuros.
Infelizmente, não existe fórmula mágica para evitar que um trauma prejudique nossa vida afetiva. Para lidar com a questão, é necessário autoconhecimento. Conhecer-se bem, identificar comportamentos e crenças limitadoras e ligá-las às experiências de origem, evitam prejuízos na vida amorosa e facilita a submissão destes a uma análise racional e ao tratamento. Entra aí o trabalho de um profissional qualificado.
Além disso é preciso contar com o apoio do cônjuge para feedbacks que mostrem a necessidade de tratamento ou a sua evolução. Comunicação sincera e gentil entre parceiros sempre cria um relacionamento mais feliz.
É preciso coragem para um confronto interno e o reconhecimento da necessidade de tratar-se. Na verdade é desgastante esse caminho do trauma até a superação, mas a recompensa vale o esforço. Porém ignorar os problemas emocionais que se revelam traz consequências para a vida amorosa da pessoa.
O tratamento pode trazer a alegria de uma nova vivência e um relacionamento amoroso feliz e saudável.
Rosa Silva – Terapeuta TFT e Palestrante
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