Os primeiros movimentos no tabuleiro da vida de Michelle Brito Cunha foram dados na Escola Municipal de Ensino Fundamental Esperança, no bairro Operária. Aos seis anos a jovem aprendeu como as peças se movimentavam em cima daquele tabuleiro de duas cores. Durante um curto período, sob a tutela do professor Nélson ela teve ensinamentos que seriam fundamentais em sua trajetória.
A jovem seguiu os estudos e o contato com o tabuleiro passou a ser esporádico. Porém em 2016, após algumas derrotas e sabendo que tinha potencial para vencer ela passou a dedicar-se mais a estudar técnicas e estratégias do jogo. Os resultados logo vieram, títulos em competições regionais e a vaga na final da Copa do Brasil de xadrez escolar, conquistada em uma etapa disputada no final de Outubro em Alvorada.
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Com a vaga Michelle tinha cerca de 45 dias para se preparar para as finais e conseguir uma forma de conseguir o valor necessário para a viagem. Os familiares e amigos se mobilizaram e obtiveram o dinheiro, Mônica Brito Cunha, mãe da menina ficou muito receosa de deixar a jovem viajar sozinha para a cidade de Petrolina em Pernambuco, onde as finais foram disputadas.
Michelle esteve no último final de semana em Petrolina e venceu as outras duas finalistas da categoria sub-16 feminina, conquistando não somente o título nacional como também a vaga no Sulamericano que acontece em 2018 no Paraguai e passando a integrar a seleção brasileira de xadrez. A jovem enxadrista relata que a ida ao Sulamericano já será mais fácil:
Michelle com a irmã Monique e com a mãe que viveu momentos de apreensão pela viagem
“De Campo Bom até Petrolina são 11 horas de avião, até o Paraguai são 18 horas de carro então vai ficar mais fácil de ir. Alguns apoiadores já confirmaram que seguirão me ajudando. Não tenho palavras para agradecer a cidade de Campo Bom, a todos. Tenho a responsabilidade de levar o nome da nossa cidade e mostrar que aqui temos educação de qualidade e uma cidade muito boa de se morar. Eu nunca tinha visto essa mobilização que me levou para Petrolina, todos tem participação neste título e quero compartilhar isso.”
Amigos e colegas recepcionaram a campeã no Largo
Darlã Alves foi um dos responsáveis pela retomada da carreira de Michelle. O então professor da escola Presidente Vargas relata que utilizava o xadrez como ferramenta pedagógica para estimular o raciocínio pedagógico dos alunos, quando ouviu falar de Michelle e a convidou para participar do projeto. Nas horas vagas os alunos são estimulados a competir e Michelle sempre se destacou pela maturidade e tranquilidade, qualidades que são essenciais nas tomadas de decisão do jogo. Michelle foi recebida no Largo Irmãos Vetter por amigos e colegas da escola Ildefonso Pinto. Na sequência ela desfilou pela cidade no caminhão de bombeiros.
Jovem desfilou pela cidade mostrando o troféu de campeã brasileira