No nosso encontro passado falamos sobre a necessidade de formarmos filhos fortes e preparados para a vida. Procuro sempre argumentar que essa preparação começa no planejamento da vinda do bebê. Suponho que o ideal seja quando a criança não “pega a família de surpresa”, mas é planejada, esperada e, principalmente, desejada.
É duro descobrir que está grávida e perceber que a notícia não vai ser bem recebida pelo parceiro, ou ter de mudar radicalmente os planos de vida do casal por conta de uma gravidez inesperada. Também é difícil quando o filho é desejado por apenas um dos pais, ou quando vem para apaziguar desavenças entre o casal ou, ainda, quando esse filho se transforma em motivo de disputas entre sogros, noras e genros.
Ouvi, certa vez, um pai dizer, triste, que iria precisar “abandonar” seus sonhos por causa do filho que havia nascido. Essa criança levará um peso que nunca poderá suportar e, provavelmente, desenvolverá doenças cujas causas serão atribuídas a outros fatores que, na verdade, nada têm a ver com a causa real.
Portanto, é melhor programar a vinda do herdeiro para que o bebê seja motivo de alegria e nunca de perturbação. Essa primeira fase já começa a determinar a destreza do arqueiro, de quem falamos no artigo passado. Os pais precisam saber que são co-responsáveis pela condução do destino de seus filhos, e programar a chegada deles é uma parte importante nessa jornada.
Lembre-se de que você será 100% responsável por seu filho por, pelo menos, 18 anos. Assim, alguns preparativos são essenciais, tais como: reserva financeira, acomodação ideal, e o planejamento pós nascimento – a ajuda nos primeiros dias; o retorno ou não da mãe ao trabalho; em caso de retorno ao trabalho, a escolha da creche, ou babá, ou vovó; enfim, tudo deve ser pensado. Evite improvisar. Afinal, essa é uma empreitada de longo prazo. Além disso, vale lembrar que as crianças, principalmente antes dos 7 anos, somatizam toda a energia da casa, e percebem, desde o ventre, o quanto são amadas e desejadas.
Depois que a criança nasce, surgem situações dentro da casa que, de imediato, não são percebidas pelo casal, que está totalmente focado no bebê tão maravilhoso, alegria da família. Porém, esse ser miúdo e fofo pode interferir no relacionamento conjugal e gerar consequências que só serão sentidas alguns anos depois. Por isso, pais equilibrados, unidos, coesos no propósito de criar uma família forte são fundamentais.
É necessário que o casal esteja atento a alguns pontos balizares da vida a dois, mas esse é um assunto para o nosso próximo encontro. Então espero você aqui.
Rosa Silva
Terapeuta TFT e Palestrante
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