Dizem que alguns ficaram outros saíram e se bandearam para o planeta Campo Bom e arredores… (Mas não sou eu). Pois lá no Morungava num período dos anos 70 havia uma clínica psiquiátrica na qual tio Dino era o diretor. Todos os internos passavam por uma entrevista meticulosa do velho Arcedino que também era adepto da maior autoridade em loucura da época o Analista de Bagé. Tio Dino era do tipo ortodoxo e não abria mão da terapia do mango e do joelhaço no saco. Outra estratégia usada era colocar um nota de 50 cruzeiros no chão, é claro que a nota era uma falsificação porque afinal de contas tio Dino era o diretor da clínica e não paciente. Se o paciente pegasse a nota e colocasse no bolso não ficava internado, pois era falcatrua e estava se fresqueando.
Certo dia veio o pessoal da saúde do Estado fiscalizar o hospício do Tio Dino (Pequenos hospícios grandes negócios era o lema). Pois um sujeito com cavanhaque que lembrava o bode Osnar do sítio do tio Dino e ar de quem morava na capital, cheio de grau questionou o velho Dino. “Qual o critério que vocês usam para saber quem deve ser hospitalizado?”, perguntou. O velho Dino que é mais ladino que mascate olhou bem no grão dos olhos do almofadinha e disse: “A gente faz o teste da banheira” O jovem metido pergunta: “Como é este teste?” O velho Dino responde: “Nós enchemos uma banheira com água e colocamos ao lado uma colher, um copo e um balde. De acordo com a forma que a pessoa decida esvaziar a banheira a gente analisa o grau de gravidade da patologia” observou tio Dino. O jovem “inteligente uma barbaridade” sorriu e disse: “Ah entendi uma pessoa normal usaria o balde que é maior que o copo e a colher” disse o almofadinha. Tio Dino com aquele sorriso sarcástico, sentenciou: “Não uma pessoa normal tiraria a tampa do ralo. O que tu prefere quarto particular ou enfermaria do INPS?”, pergunta dando gaitadas. Pois não é que o fusquinha dos engravatados sumiu pelas estradas do Morungava e nunca mais apareceram para questionar os métodos do tio Dino. Tem que ter concurso – 100% Morungava!
Jair Wingert
Jornalista – Reg. Prof. MTb/RS 10.366